Uma ação movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) contra pastores da igreja Assembleia de Deus, já obteve um parecer de improcedência. Na prática, se trata de uma derrota para a sigla perante à tentativa de inibir o apoio dos religiosos ao atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.
A ação do PT foi movida contra Adavilson Azevedo da Costa, José Wellington Costa Júnior e Sóstenes Silva Cavalcante, além do próprio Bolsonaro. O partido alegou junto ao Ministério Público Eleitoral, que os religiosos haviam promovido campanha antecipada para o chefe do Executivo.
Isso, porque, Bolsonaro participou da 45ª Assembleia Geral Ordinária da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), ocorrida em 19 de abril em Cuiabá, ocasião onde teve a oportunidade para falar para cerca de 15 mil pessoas.
Para o Ministério Público Eleitoral, no entanto, em nenhum momento houve “pedido explícito de voto” por parte do presidente ou dos apoiadores, o que é vetado pela Justiça Eleitoral em período de pré-campanha.
Paulo Gustavo Gonet Branco, Vice-Procurador-Geral Eleitoral, explicou em sua decisão que a simples manifestação de apoio a um pré-candidato, por questões de afinidade quanto a valores e propostas, não caracteriza campanha antecipada.
“A conclamação genérica por que se obtenham candidatos afinados com a pauta de interesses e de valores da comunidade religiosa não constitui propaganda de candidato, mas manifestação inserida na liberdade de expressão”, diz o Vice-Procurador-Geral Eleitoral em um trecho da sua sentença, segundo o JM Notícias.
A decisão ainda ressalta que “não é dado restringir a palavra do cidadão que indica a seus admiradores, seguidores e ouvintes que critérios devem levar em conta para escolher os seus candidatos no pleito eleitoral.”
“Sanha totalitária”
O processo movido pelo PT contra os pastores assembleianos provocou a reação de lideranças evangélicas. A vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos-SP) foi uma das pessoas que condenou a iniciativa, classificando-a como “sanha autoritária”.
“O PT entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o pastor José Wellington Costa Jr. Essa é a sanha totalitária e anticristã do Partido dos Trabalhadores e do ex-presidiário Lula”, disse ela em outra ocasião.
O pastor e empresário Silas Malafaia também criticou a ação, dizendo que estava presente na reunião religiosa junto com Bolsonaro, e que não presenciou qualquer ato ilícito do ponto de vista eleitoral.
O líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo alertou a comunidade cristã quanto aos riscos da perseguição religiosa e pediu para que o público não apoie o PT e seus candidatos.
“Se os verdadeiros cristãos creem que a Bíblia é a Palavra de Deus, e no que está escrito em Êxodo 20:15, I Coríntios 6:9, e uma infinidade de textos da Bíblia, jamais vota no PT”, disse Malafaia.